Os Atendentes de Biblioteca das escolas municipais participaram de mais um momento de formação no dia 24 de agosto, na Biblioteca da Secretaria Municipal de Educação.
Na ocasião estudou-se um pouco da vida e da obra de autores que representaram um marco na história da Literatura. Entre estes, os fabulistas Esopo e Jean de La Fontaine, os contistas Irmãos Grimm, Charles Perrault e o Pai da Literatura Infantil Hans Christian Andersen.
A formação procurou aprofundar aspectos do surgimento da Literatura Infantil na Europa, com ênfase nos contos e nas fábulas clássicas, estabelecendo comparações entre estes com a Literatura Infantil Pós-Moderna. “É importante que os Atendentes de Biblioteca compreendam como as narrativas orais passaram a ser registradas e a partir de quando se constituiu uma literatura específica para o público infantil”, afirma Marcia Patricia Kuligovski, ministrante da formação.
A literatura pós-moderna tem resgatado as histórias do passado, apresentando-as às crianças por intermédio dos livros e de outros suportes (teatro, cinema, televisão) e para que a criança/adolescente consiga entendê-las com mais profundidade é necessário que ela possua os referenciais do clássico.
De acordo com Cleber Fabiano da Silva (2011) a Literatura Infantil Pós-Moderna possui as seguintes características:
a) O intertexto: é a capacidade de diálogo dos elementos do clássico com os do pós-moderno, podendo iniciar a partir do clássico ou a partir do pós-moderno, importante é o ir e vir, fazer esta ponte entre o passado e o presente. Neste exercício estabelecemos relações, exercitamos a experiência sensível e o posicionamento crítico. Os mesmos personagens aparecem em vários contextos: passado, presente e futuro. “Chapeuzinho Adormecida no País das Maravilhas” de Flávio de Souza, é um exemplo do diálogo pós-moderno.
b) Desconstrução do clássico e revisitamento: o pós-modernismo desconstrói o clássico, criando e agregando ao que já existe. O leitor passa a conhecer outras versões para as histórias, versões que negam as verdades das histórias originais, desconstroem valores e propostas, dando um novo significado.
c) Simulacro: é o embelezamento, tornar as coisas melhores e mais bonitas do que efetivamente são.
Os contos de fadas continuam atendendo às experiências e expectativas das crianças, transportando-as para diferentes realidades. Por isso, ao final do encontro recomendou-se buscar a versão original das histórias para a leitura e a contação de histórias, pois algumas adaptações ignoram os detalhes e a ambientação, resumindo e simplificando as narrativas.
Foi sugerido ainda estabelecer comparações entre as diferentes versões, identificar as histórias clássicas que deram origem às novas versões, explorando e analisando criticamente os diversos suportes em que as histórias são trazidas (sites, propagandas, filmes...).
REFERÊNCIAS
SILVA, Cleber Fabiano da. Literatura infantil: do clássico ao contemporâneo. Curitiba, 02/08/2011. Palestra proferida no Evento Literário da FTD.
SILVA, Cleber Fabiano da. Espaço para publicações sobre literatura, contação de histórias e outras linguagens artísticas. Breve histórico da literatura. Disponível em:
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